Mar I
Poema de Olga Savary
Para ti queria estar
sempre vestida de branco
como convém a deuses
tendo na boca o esperma
de tua brava espuma.
Violenta ou lentamente o mar
no seu vai-e-vem pulsante
ordena vagas me lamberem coxas,
seu arremesso me cravando
uma adaga roxa.
Fonte: "Repertório selvagem - obra reunida", Biblioteca Nacional/ Multi Mais/ Universidade de Mogi das Cruzes, 1998.
Originalmente publicado em: "Magma", Massao Ohno/Roswitha Kempf Editores, 1986.