zerando
existe um mês que desconhece o branco
tropéis de insetos estreiam seus metais
as folhas sérias têm prata e resguardo
contra o horizonte há o tremor dos cascos
fora a cabeça, nuvens sem projeto
(as sobrancelhas de um deus nonchalant)
silêncio pisca grilos queima insetos
no lume vago a falta de intenções
há sempre essa ameaça de olvido
vibrando impaciência nos papéis
e algum motor te viciando o ritmo
a luz das frases já não tem feitiço
eis um destino - todo - a duvidar
janeiro passa o rodo. a tua vida.
Fonte: "Os dias gagos", Edição da autora, 1991.
Originalmente publicado em: "Os dias gagos", Edição da autora, 1991.
Fonte: "Os dias gagos", Edição da autora, 1991.
Originalmente publicado em: "Os dias gagos", Edição da autora, 1991.