Quadras populares 841 a 860
Poema anônimo
841
Rua abaixo, rua acima,
Ruas de canto a recanto.
Ruas que por ela passa
O Divino Espirito Santo.
844
Roseira, dá-me uma rosa,
Craveiro, dá-me um botão;
Juliana, dá-me um abraço
Que eu te dou meu coração.
845
Riem no céu as estrelas,
Riem as vagas no mar,
Mas ninguém sabe rir tanto
Como a luz de teu olhar.
846
Roda, roda, moreninha,
Que eu também quero rodar;
Roda, morena pachola,
Pra acabar de me matar.
847
Se você não me queria,
Para que me acarinhou?
Agora tenha paciência.
Abra os braços que eu lá vou.
848
Saudade, teu nome é doce,
Parece que nada diz;
Roseira, dá-me uma rosa,
Craveiro, dá-me um botão;
Juliana, dá-me um abraço
Que eu te dou meu coração.
845
Riem no céu as estrelas,
Riem as vagas no mar,
Mas ninguém sabe rir tanto
Como a luz de teu olhar.
846
Roda, roda, moreninha,
Que eu também quero rodar;
Roda, morena pachola,
Pra acabar de me matar.
847
Se você não me queria,
Para que me acarinhou?
Agora tenha paciência.
Abra os braços que eu lá vou.
848
Saudade, teu nome é doce,
Parece que nada diz;
No entanto quem de ti sofre
Nunca pode ser feliz.
849
Sinhá noiva e sinhô noivo.
Deus lhes dê um bom estado:
Que daqui a nove meses
Haja um rico batizado.
Nunca pode ser feliz.
849
Sinhá noiva e sinhô noivo.
Deus lhes dê um bom estado:
Que daqui a nove meses
Haja um rico batizado.
850
Sinhô noivo, dê-me um doce,
Sinhá noiva manda dá
Pois pela noite adiante
Sinhá noiva pagará.
851
Sofre, se tens de sofrer,
Corre os maiores perigos,
Tuas crenças não renegues,
Não renegues teus amigos.
852
São Bento deu uma hora,
O colégio já deu duas.
Vede que horas são essas
Que eu por vós ando nas ruas.
853
Senhora Santa Isabel,
Com sua toalha a bordar,
Fiando fios de prata
Para São João se enxugar.
854
Se esta rua fosse minha
Mandaria ladrilhar
Quer de prata, quer de ouro
Para meu bem passear.
855
Se erro nessas cantigas
Não é para admirar:
O melhor atirador
Erra um pássaro no ar.
857
Se eu roubei teu coração,
Tu roubaste o meu também;
Sei eu roubei teu coração
É porque te quero bem.
858
Senhora dona da casa
Bote azeite na candeia:
Me perdoe a confiança
De mandar em casa alheia.
859
Senhora dona da casa
Mande entrar, faça favor,
Que do céu estão caindo
Pinguinhos d’água de flor.
860
Sobre mim raios despeje
O céu que nos ouve agora,
Se sobre a minha vontade
Não tens mando a toda hora.
Fonte: "Mil quadras populares brasileiras", Briguiet e Cia. Editores, 1916.
Originalmente publicado em: "Mil quadras populares brasileiras", Briguiet e Cia. Editores, 1916.