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Poema de Gilka Machado



Beijas-te-me, beije-te e, ao nosso intenso
beijo, tudo ficou, por instantes, suspenso:
o dia que chegava,
a noite que partia,
a morte que medrava,
a vida que morria...
Aliaram-se os contrastes, os extremos,
e, desde então, trazendo pelos seres
a influência de antagônicos poderes,
desesperadamente nos queremos.



Fonte: "Meu glorioso pecado", Almeida Torres & C, 1928.
Originalmente publicado em: "Meu glorioso pecado", Almeida Torres & C, 1928.