Querétaro

Poema de Ronald de Carvalho

Fontes de azulejo debaixo do sol,
Balcões de grades coloniais,
Ruas calçadas para o balanço das cadeirinhas,
onde os Fords pretos pulam de prazer.
Igrejas, capelas, átrios partidos, catedrais,
Praças com árvores para acompanhar procissões,
Por todas as janelas "Viva Cristo Rei!"
Casas que se equilibram nas ladeiras preguiçosas,
Aleijados que bocejam com as gengivas sem dentes,
Crianças que jogam com gestos gulosos,
Beatas ferozes,
Cachorros amáveis.
Querétaro! foi o Greco ou Murillo que te pendurou no México?

Fonte: "Poemas e sonetos", Leite Ribeiro & Mourillo, 1919.
Originalmente publicado em: "Poemas e sonetos", Leite Ribeiro & Mourillo, 1919.