marcha
Poema de Oswald de Andrade
Todos virão para o teu cortejo nupcial
A princesa Patoreba
Coroada de foguetes
A Senhora Dona Sancha
Que todos querem ver
O tangolomango
E seus mortos mastigados
Nas laboriosas noites processionais
Todos comparecerão
O camarada barbudo
O bobo-alegre
O salvado de diversos pavorosos incêndios
O salvado de diversos pavorosos incêndios
O frade mau
O corretor de cemitérios
E onde estiver
O Pinta-Brava
Meu irmão
Tatá, Dudu, Popó, Sici, Lelé
Não quero sombra de cera
Tatá, Dudu, Popó, Sici, Lelé
Não quero sombra de cera
Nem noite branca de reza
Quero o velório pretoriano
De Sócrates
Não o bestiário
De Casanova
Não quero tochas
Não quero vê-las
Tatá, Dudu, Popó, Sici, Lelé
O tio da América
A igreja da Aparecida
O duomo de Milão
O trem, a canoa, o avião
Tudo darei às mesas anatômicas
Do mastigador de entranhas
Fonte: "Oswald de Andrade - Poesia Reunida", Editora Civilização Brasileira, 1974.
Originalmente publicado em: "Pau-Brasil", Sains Peril, 1925.
Fonte: "Oswald de Andrade - Poesia Reunida", Editora Civilização Brasileira, 1974.
Originalmente publicado em: "Pau-Brasil", Sains Peril, 1925.