190. Cemitério limpo


Poema de crroma



Serve a todo município
ter o próprio cemitério.
Nele encontram repouso,
mais que falecidos, os vivos.

Repouso do laivo incomodo
que do corpo morto emana,
e somente consente o silêncio
dentro do embrulho da terra.

Cemitérios se estabelecem
por imprescindível utilidade.
Os vivos de alguém se despedem,
que não é mais, porque é tarde.

Mas não se despeça e esqueça
desse cerimonioso ambiente.
Para que limpo se mantenha,
prescreve-se ao visitante

recolher plásticas embalagens.
Aos familiares, que conservem
túmulos, dos vasos de flores
os pratos de areia transbordem.

Quando incidem as chuvas,
nos cemitérios proliferam
focos de mosquito. Alastram,
pela cidade, viral doença.

Os saudáveis quedam enfermos.
Se grave, ficam no meio-termo
entre quem com os pés a terra pui
e quem sob sete palmos se dilui.




(Da Prefeitura de Lages: 'Limpeza dos cemitérios municipais reforça cuidado com a cidade e combate à dengue')