Viagem antiga
Poema de Mario Quintana
Aqui e ali
reses pastando imóveis
como num presépio
a mata ocultando o xixi das fontes
uma cidadezinha de nariz pontudo
furava o céu
depois sumia-se lentamente numa turva
e a gente olhava olhava
sem nenhuma pressa
porque o destino daquelas nossas primeiras viagens
era sempre o horizonte
Fonte: "Poesia Completa", Editora Nova Aguilar, 2006.
Originalmente publicado em: "Esconderijos do tempo", 1980.