Quadras populares 1 a 20
Poema anônimo
1
Atirei um cravo n'água,
De mimoso foi ao fundo;
E os peixinhos responderam:
"Viva Dom Pedro Segundo!"
2
A menina que eu namoro
E que me quer muito bem,
Tem um sorriso que encanta
E vinte contos também.
3
As rosas é que são belas,
Os espinhos é que picam,
Mas são as rosas que caim,
São os espinhos que ficam...
4
Azeitonas bem curtidas
Têm um singular sabor;
Só me lembro dos amigos
Quando bebo este licor.
5
A viola pela prima,
A prima pelo bordão,
O homem pela palavra
Leva a mulher pela mão.
6
A prima pelo bordão,
O homem pela palavra
Leva a mulher pela mão.
6
A bandeira aqui chegou,
Um favor quer merecer:
Uma xícara de café
Para os foliões beber.
7
Até nas flores se nota
A diferença da sorte:
Umas enfeitam a vida,
Outras enfeitam a morte.
A diferença da sorte:
Umas enfeitam a vida,
Outras enfeitam a morte.
8
Alma no corpo não tenho,
Minha existência é fingida;
Sou como o tronco quebrado
Que dá sombra sem ter vida.
9
As minhas mágoas são minhas,
Nem eu as posso deixar;
Ficarão na sepultura
Se minh'alma as não levar.
10
A estrada que vai pra vila
Todo o mundo sabe bem;
Mas só eu sei o caminho
Do coração de meu bem.
11
A bonina é flor da noite,
Só abre depois da tarde;
Pelos olhos se conhece
Quem ama com lealdade.
12
As estrelas do céu correm,
Eu também quero correr;
Elas correm atrás da lua,
Eu atrás do bem querer.
13
Agora me vou embora
Para a semana que vem;
Quem não me conhece chora,
- Que fará quem me quer bem?
14
A pombinha quando voa
Bate com as asas no chão;
Sinhá Aninha quando dorme
Deita a mão no coração.
15
Acordei de madrugada,
Fui varrer a Conceição;
Encontrei Nossa Senhora
Com seu raminho na mão.
16
A baleia é um bicho grande
Que produz a barbatana;
Quem quiser comprar baleia
Vá no campo de Sant'Ana.
17
A rolinha fez seu ninho
Para os seus ovos chocar;
Veio a cobra e come os ovos,
Rolinha pega a chorar.
18
A beleza e a singeleza
Se abraçam num sorrir;
Uma vive do aroma,
Outra vive do porvir.
19
As serranas enfeitadas
De prazeres vêm saltando;
Os mancebos e os velhinhos
Todos, todos vêm chegando.
20
A pombinha vai voando,
A lua a cobriu de um véu;
O Divino Espirito Santo
Pois assim desceu do Céu.
Fonte: "Mil quadras populares brasileiras", Briguiet e Cia. Editores, 1916.
Originalmente publicado em: "Mil quadras populares brasileiras", Briguiet e Cia. Editores, 1916.