Presságios

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Poema de Alphonsus de Guimaraens



"Uni esqueleto de mantilha
Que passa pela minha porta...
(Um velho diz) é minha filha
Que vai morrer ou que está morta!"

"Um esqueleto agonizante
Que passa pela minha porta...
(Um moço diz) é minha amante
Que vai morrer ou que está morta!"

Outro dirá: "É meu presságio,
Vendo-o que passa pela porta,
O irmão que morre num naufrágio,
Ou a irmã querida que está morta!"

Outro: "Se és tu, meu pobre amigo,
Que passas pela minha porta!"
"Se és tu, meu pai, eu vou contigo...
Se é minha mãe, oh Deus, que é morta!

Nenhum de nós, porém, ao vê-lo
(Quem se não julga rijo e forte?)
Dirá que o horrendo pesadelo
Nos anuncia a própria morte...



Fonte: "Kiriale", Tipografia Universal, 1902.
Originalmente publicado em: "Kiriale", Tipografia Universal, 1902.


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