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Imagem de Eduardo Guimaraens

Poema de Eduardo Guimaraens



Doce, a agonia noturnal velando,
sob o fulgor do teu olhar divino,
ouço, longínquo, um trêmulo violino,
uma antiga saudade soluçando.

Sob o fulgor do teu olhar - em sonho,
que tu distante estás... Sempre distante,
longe do meu desejo alucinante,
do extremo ardor do meu olhar tristonho!

E penso em ti que vejo dolorida,
que, vaga imagem, sombra vaga, abraço!
Sonho... E contigo, solitário, passo
mais uma noite inútil para a vida.



Fonte: "A divina quimera", digitalização de Marco Antonio Rodrigues ,2006.
Originalmente publicado em: "A divina quimera", Tipografia Apollo Vieira da Cunha & Cia, 1916.

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