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Poema de Eduardo Guimaraens
De onde vieste, afinal? De que imortal paisagem
fugiu, um dia, a forma em flor da tua imagem
fragílima, de um doce encanto doloroso,
de um divino palor ardente e luminoso,
como feita à feição de alguma estampa antiga,
de um missal de outro tempo, onde a insone fadiga
de algum monge sofreu? De onde vens? De algum sonho
místico? Do fulgor magnífico e tristonho
de um Éden sideral de que ainda tens a ideia?
Ou do mistério azul das noites da Idumeia?
Fonte: "A divina quimera", digitalização de Marco Antonio Rodrigues ,2006.
Originalmente publicado em: "A divina quimera", Tipografia Apollo Vieira da Cunha & Cia, 1916.