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Poema de Alphonsus de Guimaraens
Negro navio que se fez ao largo,
Velas pandas ao sopro do nordeste,
Volta de novo este pesar amargo
Que foi todo o consolo que me deste.
Pisando espinhos, no letal letargo
De quem segue por uma noite agreste,
Sou o cruzado que vai sobre o mar largo
Morrer de mágoa, e fome, e guerra, e peste.
Não mais jasmins neste horto do meu peito.
Ouve-me tu, que inda és uma criança:
É um sepulcro de vivos todo o leito.
É um sepulcro de vivos todo o leito.
Tudo espero de ti, alma querida:
Mas não sabes, senhora, que a esperança
É o maior desespero desta vida!
Fonte: "Pastoral aos crentes do amor e da morte", Monteiro Lobato & Cia. Editores, 1923.
Originalmente publicado em: "Pastoral aos crentes do amor e da morte", Monteiro Lobato & Cia. Editores, 1923.
Fonte: "Pastoral aos crentes do amor e da morte", Monteiro Lobato & Cia. Editores, 1923.
Originalmente publicado em: "Pastoral aos crentes do amor e da morte", Monteiro Lobato & Cia. Editores, 1923.