À Rainha D. Maria I
Poema de Alvarenga Peixoto
Expõem Tereza acerbas mágoas cruas
E à briosa nação de furor tinta
Faz arrancar da generosa cinta
O reflexo de mil espadas nuas.
Arrasta e pisa as otomanas luas,
E por mais que Netuno o não consinta,
A heroína do norte faz que sinta
O peso o mar Egeu das quilhas suas.
Seus nomes no áureo templo a fama ajunta;
Mas pintar seus estragos não se atreve,
Ao seu Danúbio, ao mar Negro o pergunta:
Lusitânia aos céus muito mais deve:
Que a rege, como aos povos da Amatunta,
Freio de rosas posto em mãos de neve.
Fonte: "Obras Poéticas", Livraria B. L. Garnier, 1865.
Originalmente publicado em: dispersos em obras como "Parnaso Brasileiro", "Novo Parnaso Brasileiro", "Miscelânea Poética",, "Jornal Poético" e "Coleção de poesias", entre 1809 e 1855.