À mesma rainha
Poema de Alvarenga Peixoto
Por mais que os alvos cornos curve a lua,
Roubando as luzes ao autor do dia,
Por mais que Tétis na morada fria
Ostente a pompa da beleza sua;
Por mais que a linda Citérea nua
Nos mostre o prêmio da gentil porfia;
Entra no campo, tu, bela Maria,
Entra no campo que a viciaria é tua.
Verás a Cíntia protestar o engano,
Verás Tétis sumir-se envergonhada
Pelas úmidas grutas do Oceano,
Vênus ceder-te o pomo namorada
E, sem Troia sentir o último dano,
Verás de Juno a cólera vingada.
Fonte: "Obras Poéticas", Livraria B. L. Garnier, 1865.
Originalmente publicado em: dispersos em obras como "Parnaso Brasileiro", "Novo Parnaso Brasileiro", "Miscelânea Poética",, "Jornal Poético" e "Coleção de poesias", entre 1809 e 1855.