Lundu da Marrequinha
Poema de Francisco de Paula Brito
Os olhos namoradores
Da engraçada iaiázinha,
Logo me fazem lembrar
Sua bela marrequinha.
laiá, não teime,
Solte a marreca,
Se não eu morro,
Leva-me a breca.
Se dançando á Brasileira
Quebra o corpo a iaiázinha,
Com ela brinca pulando
Sua bela marrequinha.
laiá, não teime,
Solte a marreca,
Se não eu morro,
Leva-me a breca.
Quem a vê terna e mimosa,
Pequenina e redondinha,
Não diz que conserva presa
Sua bela marrequinha.
laiá, não teime,
Solte a marreca,
Se não eu morro,
Leva-me a breca.
Nas margens da Caqueirada
Não há só bagre e tainha:
Ali foi que ela criou
Sua bela marrequinha.
Não há só bagre e tainha:
Ali foi que ela criou
Sua bela marrequinha.
laiá, não teime,
Solte a marreca,
Se não eu morro,
Leva-me a breca.
Tanto tempo sem beber...
Tão jururu... coitadinha!...
Quase que morre de sede
Sua bela marrequinha.
Tão jururu... coitadinha!...
Quase que morre de sede
Sua bela marrequinha.
laiá, não teime,
Solte a marreca,
Se não eu morro,
Leva-me a breca.
Fonte: "Poesias", Tipografia Paula Brito, 1863.
Originalmente publicado em: "Livrinho das moças", 1856.