Lembrança
Poema de Francisco de Paula Brito
Há de haver grande parada
Com toda tropa de linha,
Somente pra todos verem
Agrados de nhá-Chiquinha.
Tem mais valor, são mais doces
Que a mais doce bolachinha,
São feitos de arroz de leite
Agrados de nhá-Chiquinha.
Valem mais que um bom presunto,
Mais do que um queijo de pinha;
São bons pasteis, são de nata,
Agrados de nhá-Chiquinha.
Servem eles muitas vezes
De tempero na cozinha;
Bebidos, também refrescam,
Agrados de nhá-Chiquinha.
Cruel fado enganador,
Pôs-me no peito uma espinha,
Fazendo que eu não desfrute
Agrados de nhá-Chiquinha.
Estou pateta, estou perdido:
Vou chorar na camarinha;
No peito me fazem cócegas
Agrados de nhá-Chiquinha.
Não quero saber de primas
Nem de outra camaradinha;
Quero gozar tão somente
Agrados de nhá-Chiquinha.
Fonte: "Poesias", Tipografia Paula Brito, 1863.
Originalmente publicado em: "Livrinho das moças", 1856.