Dor
Poema de Henriqueta Lisboa
Ah! Tão preciso foi o golpe
fulminado nas costas,
tão profunda a vibração
de todas as fibras,
que os olhos
numa rebeldia súbita
recusaram chorar.
Então as lágrimas,
introvertidas,
gotejaram chumbo líquido
- estriado de sangue -
no coração em gruta.
E ao peso das estalactites negras
o coração
derreou.
Fonte: "Prisioneira da noite", Editora Civilização Brasileira, 1941.
Originalmente publicado em: "Prisioneira da noite", Civilização Brasileira, 1941.
Fonte: "Prisioneira da noite", Editora Civilização Brasileira, 1941.
Originalmente publicado em: "Prisioneira da noite", Civilização Brasileira, 1941.