De volta

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Poema de Nestor Victor



Voltar do mundo assim desiludido
        Depois do crime feio,
E o pequeno remorso aborrecido
        À porta, mal se veio!...

Se um Satanás, ao menos, realizasse,
        Assombradora, a gente,
E então, grande, o Remorso se elevasse
        Terrificamente!

Mas nem Deus nem Demônio! Confundido
        Com os mais, trivial e frouxo,
Se arrasta a inútil vida, aborrecido,
        Incompleto, coxo!...

Não!... longe da terra e da torpeza!
        Vamos-nos para o Sonho!
- Ideal! Ideal! tanta fraqueza
        Fortalece risonho!

Arte, oh ! nobre avara! arca bendita
        Do Escolhido no mundo!
Abriga para sempre esta alma aflita
        Em teu seio profundo!



Fonte: "Transfigurações", H. Garnier, 1902.
Originalmente publicado em: "Transfigurações", H. Garnier, 1902.