Cais dourado
Poema de José Barbosa da Silva
É ligeiro o carioca
Quando sabe pontear
Do seu pinho faz viola
E decide sem parar
Quer no samba ou desafio
Embolada ou batucada
Na mandinga e no coco
Vai até a madrugada
No cateretê falado
E no jongo disputado
Dentro do Brasil inteiro
Carioca é o primeiro
Se consagro a Bahia
É porque tem seu valor
É a terra da folia
Onde lá fui cantador
No falado Cais Dourado
Onde o samba tem calor
Geme o gunga no bailado
Descrevendo a minha dor
Geme o gunga no bailado
Descrevendo a minha dor
Bem no fundo do tan tan
Ouço o grito da canaia
Numa fuga de fandango
Da baiana de sandália
Fonte: "107 partituras de Sinhô", Instituto Piano Brasileiro, 2017.
Originalmente publicado em: 78-RPM Victor 33211, 1929.