Alma mater

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Poema de Nestor Victor



Alma ansiosa de abranger a Terra,
Alma cheia da dor da Natureza,
Alma que ao homem e a alma dele encerra,
Como uma pomba sob outra asa presa;

Alma em que o afeto é lua, em que a pureza
Tem o altar, onde, entanto, se descerra
Para a culpa, que é a filha da tristeza,
O sacramento do perdão sem guerra.

Oh! alma de minh'alma soluçante,
Fundo deste meu fundo entristecido,
Oh! sol de minha sombra vacilante!

Raia em mim, que de mim ando perdido,
E nessa tua luz, pura, radiante,
Eu adormeça então, mudo, esquecido!



Fonte: "Transfigurações", H. Garnier, 1902.
Originalmente publicado em: "Transfigurações", H. Garnier, 1902.

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