Seios
Poema de Cruz e Souza
Magnólias tropicais, frutos cheirosos
Das árvores do mal fascinadoras,
Das negras mancenilhas tentadoras,
Dos vagos narcotismos venenosos.
Oásis brancos e miraculosos
Das frementes volúpias pecadoras
Nas paragens fatais, aterradoras
Do tédio, nos desertos tenebrosos...
Seios de aroma embriagador e langue,
Da aurora de ouro do esplendor do sangue,
A alma de sensações tantalizando.
Ó seios virginais, tálamos vivos,
Onde do amor nos êxtases lascivos
Velhos faunos febris dormem sonhando...
Fonte: "Faróis", Laemmert & Cia Livraria, 1900.
Originalmente publicado em: "Faróis", Laemmert & Cia Livraria, 1900.