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Poema de Souza-Andrade
E aquele sol covarde vai fugindo
A voltar-me o seu rosto! se eu pudesse
Pelos cabelos arrancá-lo, ó ocaso,
E destes braços o suster imóvel
Lá no meio do espaço e, frente a frente,
Fender-lhe o peito, que uma voz soltasse
Em fumo envolta!... A lua, desmaiando,
Se encobre por detrás dos arvoredos,
Uns olhos timoratos da donzela
Dissimulando a ideia, e detençosa
Fez dois passos no azul, tremeu de mim.
E este vento, que há pouco nos meus ombros
As elásticas asas meneava,
Escapou-se também, me ouvindo - eu só!..
Fonte: "Harpas Selvagens", Tipografia Universal de Laemmert, 1857.
Originalmente publicado em: "Harpas Selvagens", Tipografia Universal de Laemmert, 1857.
Fender-lhe o peito, que uma voz soltasse
Em fumo envolta!... A lua, desmaiando,
Se encobre por detrás dos arvoredos,
Uns olhos timoratos da donzela
Dissimulando a ideia, e detençosa
Fez dois passos no azul, tremeu de mim.
E este vento, que há pouco nos meus ombros
As elásticas asas meneava,
Escapou-se também, me ouvindo - eu só!..
Fonte: "Harpas Selvagens", Tipografia Universal de Laemmert, 1857.
Originalmente publicado em: "Harpas Selvagens", Tipografia Universal de Laemmert, 1857.