Monólogo de um coração
Poema de Zalina Rolim
Eu sei que não me querem - suspirando,
Queixoso e triste o coração murmura -,
Sei que este afeto imenso é uma loucura;
Quero esmagá-lo e vejo-o se avultando.
Quero fingir-me indiferente e, quando
Junto de mim o seu olhar fulgura,
Quase sufoco na cruel tortura,
Calar as minhas pulsações tentando.
E eu sei que ele desdenha os meus olhares;
Sei que se esquiva ao meu ardente anseio
Esse que é minha luz e meus pesares.
E embora as próprias dores alimente,
Enquanto a vida me aquecer o seio
Por esse afeto pulsarei contente.
Fonte: "O Coração", Tipografia Hennies & Winiger, 1893.
Originalmente publicado em: "O Coração", Tipografia Hennies & Winiger, 1893.
Sei que se esquiva ao meu ardente anseio
Esse que é minha luz e meus pesares.
E embora as próprias dores alimente,
Enquanto a vida me aquecer o seio
Por esse afeto pulsarei contente.
Fonte: "O Coração", Tipografia Hennies & Winiger, 1893.
Originalmente publicado em: "O Coração", Tipografia Hennies & Winiger, 1893.