Íntima luz
Poema de Zalina Rolim
Nem sei como isto foi... Sonho? Magia?
- Doce clarão, suavíssimo lampejo,
Sereno e bom como o materno beijo,
Meu coração veio acordar um dia;
.
Depois, nesse clarão veio a alegria
- Seu luminoso, esplêndido cortejo,
E hoje o divino raio benfazejo
Toda a minha alma, fulgido, alumia.
Não acreditas? Olha-me de frente
E o teu íntimo olhar, profundamente,
Pode varar-me - lúcido indiscreto!
Deixa-o que o seio meu abra e reviste;
Nem um recanto na minha alma existe
Que não aclare este entranhado afeto.
Fonte: "O Coração", Tipografia Hennies & Winiger, 1893.
Originalmente publicado em: "O Coração", Tipografia Hennies & Winiger, 1893.