Creme
Poema de Manoel de Barros
Sucuri pegou um bezerro
E deu um forte abraço nele.
Foi se enrolando se enrolando no corpo
do bezerro
Foi apertando o abraço apertando
Até quebrar todo osso do bezerro.
O bezerro virou parece um creme.
Eu estava perto.
Eu assisti.
O silêncio do bezerro nem mexia.
Depois a cobra engoliu o creme.
Fonte: "Poesia Completa", Editora Leya, 2010.
Originalmente publicado em: "Poemas rupestres", 2004.
Fonte: "Poesia Completa", Editora Leya, 2010.
Originalmente publicado em: "Poemas rupestres", 2004.