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Poema de Cláudio Manuel da Costa
Quando cheios de gosto e de alegria
Estes campos diviso florescentes,
Então me vêm as lágrimas ardentes
Com mais ânsia, mais dor, mais agonia.
Aquele mesmo objecto que desvia
Do humano peito as mágoas inclementes.
Esse mesmo em imagens diferentes
Toda a minha tristeza desafia.
Se das flores a bela contextura
Esmalta o campo na melhor fragrância
Para dar uma ideia da ventura;
Como, ó Céus, para os ver terei constância
Se cada flor me lembra a formosura
Da bela causadora de minha ânsia?
Fonte: "Obras poéticas", H. Garnier, 1903.
Originalmente publicado em: "Obras", 1768.