Alvoradas (II)


Poema de Carmen Freire



Nos alvos ares do meu país,
Quando a brisa murmura os seus queixumes,
Desprendem-se das flores mil perfumes,
Que incensam dos silvados o tapiz.

Gracioso ali se expande o branco lis,
E o sol que, iluminando vai os cumes,
Dissipa das montanhas os negrumes,
Bordando dos valados o matiz.

Nos mimos tropicais do meu Brasil
Embala-se a minh'alma embevecida
Nos êxtases do amor em sonhos mil!

Como te adoro, oh! pátria estremecida,
Terra d'encanto e luz, torrão gentil,
Berço de amor, fanal da minha vida.



Fonte: "Visões e Sombras", Casa Mont'alverne, 1897.
Originalmente publicado em: "Visões e Sombras", Casa Mont'alverne, 1897.