A volta
Poema de Joaquim Norberto de Sousa Silva
Ah para sempre se esqueça essa hora
Que obrigou-me a tirana partida;
A meus braços vem, prenda querida,
Vem a chama apagar-me da dor.
Niterói, a ti volto, e para sempre !
Eu saúdo-te, ó terra de amor!
Não voltaria se nunca te visse,
Não voltaria se nunca te amasse,
Se a viver o meu peito chegasse
Sem um riso de ti, sedutor.
Niterói, a ti volto, e para sempre,
Eu saúdo-te, ó terra de amor!
Eis-me aqui, ó meu anjo celeste,
Eis-me aqui, ó gentil formosura,
Pois de novo sorri-me a ventura
Mais fagueira que um sonho traidor
Niterói, a ti volto, e para sempre,
Eu saúdo-te, ó terra de amor!
Fonte: "O livro de meus amores", B. L. Garnier, 1848.
Originalmente publicado em: "O livro de meus amores", B. L. Garnier, 1848.