95. O bloco do lixo


Poema de crroma



Olha o bloco do lixo
sem correto destino
nem qualquer tratamento
despejado ao ar livre

Olha quanto descarte
de tanto município
O que não for pra consumo
atira-se em qualquer parte

Restos que causam acúmulo,
acúmulo que forma lixões
Monumentos tão fiéis
às hodiernas civilizações

Contaminam os solos,
contaminam os rios
Proliferam as doenças,
emitem cheiro fedido

O bloco dos lixões
tem urubus, não fantasias
Talvez tenha catadores
enchendo latas vazias

Nunca para de prodígio,
constante bloco do lixo
Sem ele não se sustenta
a admirável vida burguesa




(Do O Globo: 'Ameaça à saúde e à biodiversidade: entenda o impacto dos lixões, ainda presentes em um terço das cidades brasileiras')