102. Cantiga de chuva
Poema de crroma
Chuva que vem, chuva que cai
muito miúda para lavoura.
O mundo aquece, o clima estia,
estorvo da agricultura.
Vem do mar, pelo vento,
água que chove na floresta.
Escapou, em terra indígena,
a floresta ao desmatamento.
Da umidade do solo criam
as árvores novas nuvens.
Débeis nuvens, com elã,
por aéreo corredor se movem.
Nuvem que vai, chuva que cai
território adentro.
Nasceu indígena
para bem do cultivo.
(Da Revista Piauí: '80% do agro brasileiro depende da chuva gerada pelas terras indígenas da Amazônia')