Lágrimas


Poema de Joaquim Norberto de Sousa Silva



Com minhas lágrimas tristes
Estes sítios vou regando,
Pois que somente chorando
Acha alívio a minha dor:
Oh quem nunca se dobrasse
Ao duro jugo de amor!

Vivia eu satisfeito,
Contente de minha sorte,
Sem que desejasse a morte,
Sem que temesse-lhe a dor:
Fui feliz; não conhecia
O duro jugo de amor !

Mas hoje? - Tudo mudou-se!
Eu adoro a ingrata Armia,
E ela, ó céus, esquiva e fria
Não conhece a minha dor!
Desgraçado hoje suporto
O duro jugo de amor.



Fonte: "O livro de meus amores", B. L. Garnier, 1848.
Originalmente publicado em: "O livro de meus amores", B. L. Garnier, 1848.