Alegrias de caboclo
Poema de José Barbosa da Silva
Caboclo não tem tristeza
Ai! Ai! Meu bem
São traços da natureza
Ai! Ai! Meu bem
Faz da manhã poesia
Do dia uma sinfonia
Da tarde rude harmonia
Da noite rica alegria.
Ai como é bom
O luar do meu sertão
Se escurece
Nos olhos deixa o clarão
Caboclo sabe o que quer
Ai! Ai! Meu bem
Também por seu bem morrer
Ai! Ai! Meu bem
Das folhas secas que caem
Faz a fogueira do amor
E do clarão que provem
Faz sua prece de dor.
Ai como é bom
O luar do meu sertão
Se escurece
Nos olhos deixa o clarão
Fonte: "107 partituras de Sinhô", Instituto Piano Brasileiro, 2017.
Originalmente publicado em: Carlos Wehrs & Cia., nº ch. 1158, 1927.