46. Ânsias
Poema de crroma
Progresso nunca foi além duma promessa.
E agora que o planeta em mudança
com fenômenos extremos
sequestrou o futuro,
restam preocupações somente.
Quebrou-se a impostura.
De suas ruínas
nascem ânsias,
paralisantes temores.
Jovens sonhos se enchem de pesadelos.
Via noticiário ou redes sociais
acena a ameaça
imprevisível de algo grande.
Há desigualdades no meio de todos.
As cargas da cultura vulnerabilizam
mulheres e meninas.
Se o capital não mais promete o futuro
- a não ser, talvez, pelo ódio -,
mulheres hesitam em ter filhos,
ao capital negam a vida.
Tristeza ou desespero diante
do que devastamos,
dum recorrente desastre:
à maternidade se renuncia.
Como colocar alguém no mundo
se para pior ele caminha?
Jovens sonhos se enchem de pesadelos.
Via noticiário ou redes sociais
acena a ameaça
imprevisível de algo grande.
Há desigualdades no meio de todos.
As cargas da cultura vulnerabilizam
mulheres e meninas.
Se o capital não mais promete o futuro
- a não ser, talvez, pelo ódio -,
mulheres hesitam em ter filhos,
ao capital negam a vida.
Tristeza ou desespero diante
do que devastamos,
dum recorrente desastre:
à maternidade se renuncia.
Como colocar alguém no mundo
se para pior ele caminha?
(Da Folha de São Paulo: 'Preocupadas com as mudanças climáticas, mulheres reavaliam o plano de ter filhos')