O átomo

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Poema de Murilo Mendes



Agasalha-me à sombra do teu corpo.
Aninha-me entre os teus seios,
Aquece-me no calor do teu ventre.
Coisa ínfima, quero ficar perto de ti:
Pássaro que fugiu da tempestade.

Eu sou uma moeda que Deus deixou rolar no chão.



Fonte: "Poesia em Pânico", Editora Nova Aguilar, 1995.
Originalmente publicado em: "Poesia em Pânico", Cooperativa Cultural Guanabara, 1937.