No campo
O olhar choroso sob as negras sobrancelhas,
costas abaixo solta a negra trança basta,
a campônia vai guiando, a picadinhas d’hasta,
um rebanho gentil de cândidas ovelhas.
Uma junta de bois morosa, em meio à vasta
nava, arrastando vai umas charruas velhas...
e escutando o raspar monótono das relhas,
queda-se na planície um grande boi, que pasta...
e some-se o rebanho. Uma sombra flutuante
paira sobre a extensão da planície, distante...
na espessura a campônia esconde-se depois.
E, ao longe, sob o céu, como uma prece estranha
que desperta a mudez do campo e da montanha,
chora no ar o mugir dos fatigados bois.
Fonte: "Poesia reunida de Francisca Júlia", escamandro, 2015.
Originalmente publicado em: "Mármores", Horacio Belfor Sabino Editor, 1895.