O homem visível
Poema de Murilo Mendes
Os fantasmas renascem estátuas de metal e de pedra.
Eu sou meu companheiro no deserto,
Trago o capuz de grande Inquisidor
E a matraca - minha consciência que veste os já vestidos
E deixa os que tem frio mais friorentos.
Do alto parapeito incandescente
Vomitarei o mundo posterior ao pecado.
Tragam o microfone e minha túnica branca
Antes que amordacem os órfãos da consolação.
Atravessarei o fogo a cabeleira de Berenice a muralha do tempo.
Dita a palavra essencial
Amanhecerei árvore.
Fonte: "Poesia em Pânico", Editora Nova Aguilar, 1995.
Originalmente publicado em: "Poesia em Pânico", Cooperativa Cultural Guanabara, 1937.
Fonte: "Poesia em Pânico", Editora Nova Aguilar, 1995.
Originalmente publicado em: "Poesia em Pânico", Cooperativa Cultural Guanabara, 1937.