Tato
Poema de Ferreira Gullar
Na poltrona da sala
as mãos sob a nuca
sinto nos dedos
a dureza do osso da cabeça
a seda dos cabelos
que são meus
A morte é uma certeza invencível
mas o tato me dá
a consistente realidade
de minha presença no mundo
Fonte: "Coleção Melhores Poemas", Editora Leya, 2012.
Originalmente publicado em: "Barulhos", 1987.