Poema de Fernando Pessoa
No magno dia até os sons são claros.
Pelo repouso do amplo campo tardam.
Múrmura, a brisa cala.
Quisera, como os sons, viver das coisas
Mas não ser delas, consequência alada
Em que o real vai longe.
Fonte: 'Obra Poética', décima edição, Editora Nova Fronteira, 2001.