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Poema de Hilda Hilst
Já não sei mais o amor
e também não sei mais nada.
Amei os homens do dia
suaves e decentes esportistas.
Amei os homens da noite
poetas melancólicos, tomistas,
críticos de arte e os nada.
Agora quero um amigo.
E nesta noite sem fim
confiar-lhe o meu desejo
o meu gesto e a lua nova
Os que estão perto de mim
não me veem... Estende a tua mão.
Ficaremos sós e olhos abertos
para a imensidão do nada.
Originalmente publicado em: "Balada do Festival", editora Jornal de Letras, 1955.