Rapto

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Poema de Adélia Prado



À hora em que nada parece estar errado,
nem os monturos com seus sacos plásticos,
o invisível te arrepia os pelos.
Uma vez, num bando de passarinhos
disputando sementes.
Hoje, na grama baixa onde cabras pastavam.
Quando a máxima atenção te deixa distraído,
o sequestrador te pega
e diferente daqui
conhecerás o lugar
onde quem desperta repousa.



Fonte: "Poesia Reunida", Editora Record, 2015.
Originalmente publicado em: "Miserere", Editora Record, 2013.