Poema 29 de 09/21
Poema de crroma
A cor de janela,
o céu para fora.
Grama fina,
fumacinhas.
O vento e a polpa
do sol.
Recorda a criança
de timidez de parede,
de quebrar o azul.
Senta, fingindo
a pele de pássaros,
andorinhas.
Desabotoa
correntezas ligeiras
de brisas.
Borboletas em flocos
se baldam
de flores.
Ainda ausente
a felicidade -
mármore distante.
O fim espreita,
impoluto,
mas por enquanto
pertence a outra pessoa
ou a outro momento.
Faz-se urgente
o cheiro mofo
do quarto que não existe mais.
Quando anoitece
a estrela deriva,
e então
a primavera.
(elaborado a partir de um texto antigo)