Poema 2 de 08/21
Poema de crroma
A madeira tem as faces
lavradas pelo tempo. Suportava
no passado, estoicamente,
o peso dos trilhos,
o peso
de trens de passageiros
que não existem mais.
Agora a madeira serve
de banco em praça pública
no qual os corpos descansam.
Os dias insistem em passar
e muito morosamente
vão a madeira decompondo.
Mas ela ainda densa, carbono
compacto, preserva testemunho
de um ente que viveu
não se sabe quando,
não se sabe onde.