Madrugada, vento
Poema de crroma
Rangia a porta
de madrugada
- era o vento.
Assoviavam
de madrugada
- era o vento.
Despiam folhas
de madrugada
- era o vento.
Ganiam cães
de madrugada
- era o vento.
A chama incerta
de madrugada
- era o vento.
Ondas quebravam
de madrugada
- era o vento.
Sapos calavam
de madrugada
- era o vento.
Tetos de zinco
de madrugada
- era o vento.
Poeira em vórtice
de madrugada
- era o vento.
O sono áspero
de madrugada
-era o vento.
O pesadelo
de madrugada
- era o vento.
Alguém sozinho
de madrugada
escutava.
Alguém sozinho
sozinho sozinho
e o vento.