cozinha
Poema de Ana Martins Marques
nostálgicas de um tempo de
intermináveis almoços
banha de porco alho pão açúcar sujeira
dias que vertiam leite vinhos fortes azeite mel
rituais sangrentos de morte carne sangue e fogo
alvoroço de primos cozinheiras e restos aos cachorros
as panelas de seu desuso observam
a mulher sozinha o jornal do dia o café
solúvel
e duas xícaras irônicas no aparador
Fonte: Coleção "Leve um Livro", 2014.