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Poema de Manoel de Barros
Caminhoso em meu pântano,
dou num taquaral de pássaros.
Um homem que estudava formigas e tendia para
pedras me disse no ÚLTIMO DOMICÍLIO
CONHECIDO: Só me preocupo com as coisas inúteis
Sua boca era um depósito de sombras retorcidas,
com versos cobertos de eras e sarjetas que abriam
asas sobre nós
O homem estava parado mil anos nesse lugar sem
orelhas
Originalmente publicado em: "Arranjos para assobio", 1980.