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Poema de Mário de Andrade
São Paulo pela noite.
Meu espírito alerta
Baila em festa e metrópole.
São Paulo na manhã.
Meu coração aberto
Dilui-se em corpos flácidos.
São Paulo pela noite.
O coração alçado
Se expande em luz sinfônica.
São Paulo na manhã.
O espírito cansado
Se arrasta em marchas fúnebres.
São Paulo noite e dia...
A forma do futuro
Define as alvoradas:
Sou bom. E tudo é glória.
O crime do presente
Enoitece o arvoredo:
Sou bom. E tudo é cólera.
Fonte: "Poesia completa", Editora Itatiaia, 1987.
Originalmente publicado em: "Poesias completas", 1955.