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Poema de Manoel de Barros
Conheço de palma os dementes de rio.
Fui amigo de Bugre Felisdônio, de Ignácio Rayzama
e de Rogaciano.
Todos catavam pregos na beira do rio para enfiar no
horizonte.
Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas
ruas de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem são mais
bonitas.
Originalmente publicado em: "Livro das Ignorãças", 1993.